Florence: Quem é Essa Mulher?: filme sobre a pior cantora do mundo
Florence: Quem é Essa Mulher?: filme dirigido por Stephen Frears, com roteiro de Nicholas Martin
SOBRA TALENTO, SENSIBILIDADE E PAIXÃO PELA MÚSICA
Quando decidi assistir a esse filme sobre “a pior cantora do mundo”, temia que o roteiro ficasse só nas piadas óbvias, tripudiando sobre a falta de talento da personagem. Mas não! Florence: Quem é Essa Mulher? Filme de 2016 dirigido por Stephen Frears, foi realizado com sensibilidade e talento. O roteiro nos apresenta a personagens humanos e verdadeiros, repletos de conteúdo. A atmosfera romântica, a ambientação aristocrática e o senso de ritmo impecável tornam o filme envolvente e ágil. E apesar de espancada pela total falta de noção da protagonista, a música é muito bem tratada, com o devido respeito e a necessária reverência.Para quem ainda não sabe quem é essa mulher, o filme nos dá um vislumbre: Florence Foster Jenkins era uma socialite de Nova Iorque, apaixonada por música erudita e fundadora do The Verdi Club, onde promovia concertistas e orquestras. Intrometida no mundo da música, era mais admirada por seu mecenato do que pelo talento musical – possuía imensa cultura musical, mas não conseguia emitir uma única nota afinada. Os que a cercavam, interessados em sua enorme fortuna, faziam vistas grossas – ou ouvidos moucos – deixando a infeliz na ilusão de que era capaz de cantar. No final da Segunda Guerra Mundial, estimulada pelos bajuladores, decidiu alugar nada menos que o Carnegie Hall, lotá-lo com soldados e marujos e soltar a voz num recital.
Em Florence: Quem é Essa Mulher? a pior cantora do mundo nos é revelada em sua dimensão humana. O roteirista Nicholas Martin e o experiente diretor Stephen Frears tiveram o bom senso de deixar que apenas os rompantes de comicidade involuntária viessem nos arrancar algumas risadas. Ressaltaram o drama de uma mulher sensível com uma vida atribulada, que encontrou na arte da música um objeto de regozijo e no marido St. Clair Bayfield um apoiador afetuoso e respeitoso.
Não se trata de um filme biográfico. Nos oferece apenas um recorte da vida de Florence. Essa mesma abordagem foi feita em 2015 no filme Marguerite, produção francesa dirigida por Xavier Giannoli e escrita por ele em parceria com a roteirista Marcia Romano. Também inspirada em Florence Foster Jenkins, a protagonista Marguerite é vivida por Catherine Frot e apresentada de modo menos caricato na Paris efervescente da década de 1920. É o charme do cinema europeu fazendo contraponto à objetividade hollywoodiana.
Em Florence: Quem é Essa Mulher?, as interpretações de Meryl Streep e Hugh Grant são memoráveis, mas é preciso lembrar também a ótima atuação de Simon Helberg como o pianista Cosmé McMoon. O filme mostra que não precisamos de voltas e reviravoltas para nos deixar envolver por uma boa história, desde que seus personagens sejam apresentados com sinceridade e se revelem sem ressalvas.
Não se trata de um filme biográfico. Nos oferece apenas um recorte da vida de Florence. Essa mesma abordagem foi feita em 2015 no filme Marguerite, produção francesa dirigida por Xavier Giannoli e escrita por ele em parceria com a roteirista Marcia Romano. Também inspirada em Florence Foster Jenkins, a protagonista Marguerite é vivida por Catherine Frot e apresentada de modo menos caricato na Paris efervescente da década de 1920. É o charme do cinema europeu fazendo contraponto à objetividade hollywoodiana.
Em Florence: Quem é Essa Mulher?, as interpretações de Meryl Streep e Hugh Grant são memoráveis, mas é preciso lembrar também a ótima atuação de Simon Helberg como o pianista Cosmé McMoon. O filme mostra que não precisamos de voltas e reviravoltas para nos deixar envolver por uma boa história, desde que seus personagens sejam apresentados com sinceridade e se revelem sem ressalvas.
Resenha crítica do filme Florence: Quem é Essa Mulher?
Data de produção: 2016
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Nicholas Martin
Elenco: Meryl Streep, Hugh Grant, Simon Helberg, Rebecca Ferguson, Nina Arianda, John Kavanagh, David Haig, Bríd Brennan, Stanley Townsend, Allan Corduner, Christian McKay e John Sessions
Gostei muito desse filme. Florence encantou-me pela sua delicadeza. Fiquei impressionada como ela , apesar de não saber cantar, como ela entende o valor da "música".
ResponderExcluirSim, também gostei muito disso no filme. Ele era dona de muita cultura musical e sensibilidade para apreciar as grandes criações. A dificuldade dela era justamente a de se ouvir!!!
ExcluirObrigado pela crônica. Esse filme merecia ter sido mais valorizado, especialmente por conta das interpretações e da direção de arte. Muito grato por lembrar dele. Adorei a crônica.
ResponderExcluirAgradeço a você, Jadilson! Também gostei muito desse filme! Abraços!
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