A Noite Americana: um filme sobre a paixão de fazer cinema
A Noite Americana: filme de François Truffaut
Direção: François Truffaut
Roteiro: Jean-Louis Richard, Suzanne Schiffman e François Truffaut
A AVENTURA DE RODAR UM FILME, NA VISÃO DE UM APAIXONADO PELA SÉTIMA ARTE
Realizar um filme sobre o drama de realizar um filme é como sonhar que se está sonhando. Assistir ao filme A Noite Americana, realizado em 1973 por François Truffaut, é como passar quase duas horas enxergando com os olhos do diretor. É como ter o prazer de ser aquela mosquinha que zanza despercebida por todos os cenários, testemunhando segredos e fatos omitidos. Enfim, é um deleite para qualquer cinéfilo! Mas não se trata de mero exercício acadêmico de metalinguagem, ou de uma obra com caráter documental. É cinema em estado puro.
A Noite Americana narra a saga do cineasta Ferrand, álter ego do próprio Truffaut, que roda um filme intitulado “Je Vous Présente Pamela”, um drama como tantos outros gestados pela indústria do cinema e destinado ao circuito comercial. Os percalços e as complicações são incontáveis: atores em pé de guerra, casos amorosos interferindo no cronograma, financiadores cobrando resultados, imprevistos na produção, explosões de egos, assédio da imprensa sensacionalista... A aventura de se meter a fazer um filme é retratada em seus detalhes mais curiosos.
A Noite Americana narra a saga do cineasta Ferrand, álter ego do próprio Truffaut, que roda um filme intitulado “Je Vous Présente Pamela”, um drama como tantos outros gestados pela indústria do cinema e destinado ao circuito comercial. Os percalços e as complicações são incontáveis: atores em pé de guerra, casos amorosos interferindo no cronograma, financiadores cobrando resultados, imprevistos na produção, explosões de egos, assédio da imprensa sensacionalista... A aventura de se meter a fazer um filme é retratada em seus detalhes mais curiosos.
Truffaut aproveita para homenagear o cinema, sem esconder a imensa paixão que nutre por ele. E nos dá uma verdadeira aula, não no sentido técnico – embora tenhamos a oportunidade de vislumbrar como os filmes são feitos – mas no sentido estético, revelando as manobras criativas que moldam uma obra. Improvisos em cena, ajustes nos diálogos na hora de gravar, a luta para colocar os atores numa mesma visão artística... Não costumamos assistir a nenhum desses temas em um making of, ainda mais com a abordagem dramática de uma obra de ficção.
Truffaut, um cineasta profundamente ligado às bases teóricas do cinema europeu, oferece ao grande público uma visão clássica da sétima arte e da indústria do cinema. O próprio título do filme faz referência às antigas técnicas usadas por Hollywood para filmar cenas durante o dia, usando filtros nas lentes, de modo a fazê-las parecer noturnas. Isso numa época em que a tecnologia das câmeras, das lentes e dos filmes impedia a realização de cenas externas durante a noite. Mas certamente não foi por isso que A Noite Americana venceu o Óscar de melhor filme estrangeiro em 1974. Foi por méritos estéticos e artísticos!
Truffaut, um cineasta profundamente ligado às bases teóricas do cinema europeu, oferece ao grande público uma visão clássica da sétima arte e da indústria do cinema. O próprio título do filme faz referência às antigas técnicas usadas por Hollywood para filmar cenas durante o dia, usando filtros nas lentes, de modo a fazê-las parecer noturnas. Isso numa época em que a tecnologia das câmeras, das lentes e dos filmes impedia a realização de cenas externas durante a noite. Mas certamente não foi por isso que A Noite Americana venceu o Óscar de melhor filme estrangeiro em 1974. Foi por méritos estéticos e artísticos!
Resenha crítica do filme A Noite Americana
Ano de produção: 1973Direção: François Truffaut
Roteiro: Jean-Louis Richard, Suzanne Schiffman e François Truffaut
Elenco: Jacqueline Bisset, Valentina Cortese, Jean-Pierre Léaud e Jean-Pierre Aumon
Excelente texto sobre um filme que amo .
ResponderExcluirMuito obrigado, Walter. Também gosto demais desse filme!
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