Pequena Miss Sunshine: uma família, uma Konbi e um objetivo em comum
Pequena Miss Sunshine: filme dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris
COMÉDIA DELICIOSA, RECHEADA DE DRAMA AUTÊNTICO
Uma velha Kombi amarela e branca, empurrada por uma família inteira. Uma família com problemas, mas inteira! Que se reconhece como família, depois que seus membros perturbados exercitam um pouco do bom e velho... convívio. Seguem para um futuro desconhecido, empanturrados de presente e preparados para encarar seus dramas com bom humor. O que é preciso para realizar um filme que conte uma história simples assim? Criatividade? Persistência? Coragem? Bem... todos esses ingredientes são essenciais, mas de nada servem sem um bom roteiro. E o filme Pequena Miss Sunshine, dirigido em 2006 pelo casal Jonathan Dayton e Valerie Faris tem um dos bons! Essa produção encantadora nos mostra que o cinema, mesmo quando não é feito em escala industrial, é resultado da soma dos talentos que se reúnem ao redor de uma ótima ideia.
Tudo começou com o roteirista iniciante Michael Arndt. Certo de que havia criado uma ótima história, lutou por anos para materializá-la nas telas. Conquistou a adesão de estúdios, batalhou para viabilizar a produção e chegou ao topo. O filme ganhou dois óscares em 2007: melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para Alan Arkin. Essa, por si só já é uma grande história – e talvez algum dia acabe contada em um filme!
Pequena Miss Sunshine é uma comédia dramática, bem ao estilo road movie. Narra as confusões de uma família que se mete a levar a adorável Olive para participar do concurso de beleza infantil que dá título ao filme. Na estrada, os personagens se abrem emocionalmente e revelam camadas surpreendentes. Cada um vive problemas peculiares e juntos encontram apoio para superá-los. Vamos a uma sinopse do filme:
A família Hoover não passa por seus melhores momentos. A mãe, Sheryl (Toni Collette), está sobrecarregada de trabalho e responsabilidades. O pai, Richard (Greg Kinnear), é um palestrante motivacional sem emprego que tenta comercializar seu método revolucionário de nove passos para o sucesso. Dwayne (Paul Dano), filho de um casamento anterior de Sheryl, é um adolescente lacônico, fã de Nietzsche e decidido a se tornar piloto de caças. A adorável Olive, filha de Richard e Sheryl, vive a infância em sua plenitude e sonha em vencer um concurso de beleza intitulado Pequena Miss Sunshine. O avô, Edwin (Alan Arkin) é o politicamente incorreto pai de Richard, que foi expulso de uma comunidade de aposentados por consumir drogas. E ainda temos Frank (Steve Carell), o irmão de Sheryl, um estudioso de Proust que veio morar com a família depois de uma tentativa de suicídio, motivada pelo fim do caso com um de seus alunos de pós-graduação. Quando surge a oportunidade imperdível para que a pequena Olive participe do tal concurso de beleza, todos decidem pegar a estrada para ver o que acontece.
O texto de Michael Arndt é inteligente, ágil e flui deliciosamente engraçado. Mas traz momentos dramáticos, que ganham credibilidade graças ao tratamento em profundidade dado aos personagens. Ao longo da história todos se transformam num ritmo descompassado, ao sabor de acontecimentos banais e inesperados, ora cômicos, ora trágicos, exatamente como acontece na vida real. Porém, em Pequena Miss Sunshine, a escolha do elenco parece ter sido o ponto decisivo. Se a pequena Abigail Breslin nos encanta com sua ingenuidade, Greg Kinnear, Steve Carell, Toni Collette, Paul Dano e Alan Arkin marcam presença em cenas memoráveis. E é preciso que se diga: o casal de diretores, oriundo do agitado mercado dos vídeo clipes, imprimiu ritmo e personalidade nessa estreia no mundo dos longas.
O elemento mais marcante de Pequena Miss Sunshine talvez seja a bizarrice ao redor do tema que se tornou motor da história: o tal concurso de beleza infantil brega e fútil, onde mães recalcadas colocam miniaturas delas mesmas para competir por aplausos de falsidade. Ainda bem que os realizadores perceberam que tudo isso deveria ficar como pano de fundo. Em primeiro plano, o que enche a tela é uma família inteira! Uma família com problemas, mas inteira!
O elemento mais marcante de Pequena Miss Sunshine talvez seja a bizarrice ao redor do tema que se tornou motor da história: o tal concurso de beleza infantil brega e fútil, onde mães recalcadas colocam miniaturas delas mesmas para competir por aplausos de falsidade. Ainda bem que os realizadores perceberam que tudo isso deveria ficar como pano de fundo. Em primeiro plano, o que enche a tela é uma família inteira! Uma família com problemas, mas inteira!
Resenha crítica do filme Pequena Miss Sunshine
Ano de produção: 2006Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Roteiro: Michael Arndt
Elenco principal: Greg Kinnear, Steve Carell, Toni Collette, Paul Dano, Abigail Breslin, Alan Arkin, Bryan Cranston, Beth Grant, Wallace Langham, Matt Winston, Julio Oscar Mechoso, Paula Newsome, Dean Norris e Mary Lynn Rajskub
Que filme agradável e bem dirigido. O Paul Dano volta em “Os Fabelmans” exuberante. Como sempre sua crítica perfeita!!!
ResponderExcluirMuito obrigado! Sim, o ator Paul Dano viu sua carreira decolar!
Excluir