Bird Box: entidades sobrenaturais monstruosas criam o apocalipse
Bird Box: filme dirigido por Susane Bier
ABRIRAM A CAIXA DE CLICHÊS!
A dinamarquesa Susanne Bier ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, com o filme Em um Mundo Melhor. Infelizmente, tal façanha não fez diferença alguma quando ela dirigiu Bird Box, de 2018, estrelado por Sandra Bullock. Nesse thriller pós-apocalíptico, com uma protagonista feminina às voltas com criaturas misteriosas e mortais – que o público coloca, por comparação, na mesma prateleira de Um Lugar Silencioso – há doses generosas de suspense e tensão. Mas se a ideia inicial é boa, o roteiro de Eric Heisserer não conseguiu evitar os clichês do gênero. Faltou originalidade. Antes de começar a descer a lenha, vamos examinar a sinopse:
A protagonista de Bird Box é Malorie (Sandra Bullock), uma mulher grávida, em plena maturidade, que não está preparada para ser mãe. De repente, seus temores em relação à maternidade se apequenam diante de uma estranha catástrofe que se abate sobre o mundo, feito apocalipse. Entidades sobrenaturais, quando enxergadas pelas pessoas, as induzem ao suicídio. A única solução é não olhar para elas. A única solução é não usar o sentido da visão! Em meio ao caos, depois de testemunhar a morte horrível de sua irmã, Jessica (Sarah Paulson), Malorie consegue se abrigar em uma casa, com um grupo de estranhos. Refugiados naquele ambiente fechado, há vários candidatos a sobreviventes: Greg (BD Wong) Tom (Trevante Rhodes), Cheryl (Jacki Weaver), Douglas (John Malkovich) e Lucy (Rosa Salazar), Olympia (Danielle Macdonald)... Todos lutarão para entender a situação na qual se meteram e tentarão descobrir o que fazer diante de tão aterrorizante realidade. É óbvio que a maioria não conseguirá, sucumbindo aos horrores que surgem em sequência.
A protagonista de Bird Box é Malorie (Sandra Bullock), uma mulher grávida, em plena maturidade, que não está preparada para ser mãe. De repente, seus temores em relação à maternidade se apequenam diante de uma estranha catástrofe que se abate sobre o mundo, feito apocalipse. Entidades sobrenaturais, quando enxergadas pelas pessoas, as induzem ao suicídio. A única solução é não olhar para elas. A única solução é não usar o sentido da visão! Em meio ao caos, depois de testemunhar a morte horrível de sua irmã, Jessica (Sarah Paulson), Malorie consegue se abrigar em uma casa, com um grupo de estranhos. Refugiados naquele ambiente fechado, há vários candidatos a sobreviventes: Greg (BD Wong) Tom (Trevante Rhodes), Cheryl (Jacki Weaver), Douglas (John Malkovich) e Lucy (Rosa Salazar), Olympia (Danielle Macdonald)... Todos lutarão para entender a situação na qual se meteram e tentarão descobrir o que fazer diante de tão aterrorizante realidade. É óbvio que a maioria não conseguirá, sucumbindo aos horrores que surgem em sequência.
Bird Box até que começa bem. Com uma direção ágil e uma boa produção – leia-se muito dinheiro envolvido e um elenco competente – consegue prender a atenção logo no início. Estamos diante de uma premissa perturbadora, que nos instiga a descobrir qual será a reação de cada personagem e a tentar descobrir como nós mesmos iríamos nos comportar. Mas, como estamos nos tornando espectadores cada vez mais exigentes, isso não é suficiente. É com pesar que assistimos o esfacelamento do roteiro, que deixa escapar as oportunidades para desenhar melhor seus personagens e prefere trabalhar apenas o suspense e as cenas de ação.
O elemento central do filme, o drama da maternidade e as dimensões de medo, desespero e incerteza que ela assume diante de um cenário apocalíptico, se resume às cenas obstetrícias, que vêm embaladas em muito suspense e violência gráfica. Se os realizadores se aprofundassem mais nas camadas psicológicas da protagonista, Bird Box ganharia em dramaticidade.
O filme é baseado no romance Bird Box, escrito por Josh Malerman, mas a adaptação escrita por Eric Heisserer não é uma mera transcrição do livro. O roteirista começou a escrevê-la antes mesmo do livro estar concluído. Ele conta que manteve uma intensa troca de informações com o autor do romance, propondo soluções cinematográficas que acabaram sendo adotadas também no romance. Heisserer tem no seu currículo a adaptação do excelente A Chegada, a partir do conto de Ted Chiang, mas nesse filme parece ter encontrado diversão nos clichês dos filmes de terror.
Enquanto o livro mantém o ponto de vista dos personagens confinados, em estado de agonia e desconhecimento, nas telas há elementos de sobra para que eles interajam com o ambiente. Bird Box recebeu da diretora Susanne Bier uma concepção visual apurada. Há muitas cenas ambientadas em belos cenários e paisagens, que infelizmente os protagonistas não podem enxergar, mas que enchem os olhos do espectador. O que realmente funciona no filme é a sonegação de informações, que atiça a curiosidade do público. Será que as tais criaturas darão as caras em algum momento? Será que poderemos ver aquilo que seria mortal para os personagens? E assim, numa sopa de estereótipos e clichês, vamos sendo “cozinhados” até o tão aguardado final do filme.
Bird Box carece de profundidade dramática. Mesmo assim, parece que o filme vai render... filhotes! A Netflix anunciou que pretende lançar uma continuação, que poderá resultar numa franquia. Histórias originais são cada vez mais raras. Culpa da saturação à qual o espectador moderno é exposto. Mas há antídoto: criatividade e sensibilidade artística. Pena que alguns teimem em usar a caixa de clichês!
O elemento central do filme, o drama da maternidade e as dimensões de medo, desespero e incerteza que ela assume diante de um cenário apocalíptico, se resume às cenas obstetrícias, que vêm embaladas em muito suspense e violência gráfica. Se os realizadores se aprofundassem mais nas camadas psicológicas da protagonista, Bird Box ganharia em dramaticidade.
O filme é baseado no romance Bird Box, escrito por Josh Malerman, mas a adaptação escrita por Eric Heisserer não é uma mera transcrição do livro. O roteirista começou a escrevê-la antes mesmo do livro estar concluído. Ele conta que manteve uma intensa troca de informações com o autor do romance, propondo soluções cinematográficas que acabaram sendo adotadas também no romance. Heisserer tem no seu currículo a adaptação do excelente A Chegada, a partir do conto de Ted Chiang, mas nesse filme parece ter encontrado diversão nos clichês dos filmes de terror.
Enquanto o livro mantém o ponto de vista dos personagens confinados, em estado de agonia e desconhecimento, nas telas há elementos de sobra para que eles interajam com o ambiente. Bird Box recebeu da diretora Susanne Bier uma concepção visual apurada. Há muitas cenas ambientadas em belos cenários e paisagens, que infelizmente os protagonistas não podem enxergar, mas que enchem os olhos do espectador. O que realmente funciona no filme é a sonegação de informações, que atiça a curiosidade do público. Será que as tais criaturas darão as caras em algum momento? Será que poderemos ver aquilo que seria mortal para os personagens? E assim, numa sopa de estereótipos e clichês, vamos sendo “cozinhados” até o tão aguardado final do filme.
Bird Box carece de profundidade dramática. Mesmo assim, parece que o filme vai render... filhotes! A Netflix anunciou que pretende lançar uma continuação, que poderá resultar numa franquia. Histórias originais são cada vez mais raras. Culpa da saturação à qual o espectador moderno é exposto. Mas há antídoto: criatividade e sensibilidade artística. Pena que alguns teimem em usar a caixa de clichês!
Resenha crítica do filme Bird Box
Data de produção: 2018
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Eric Heisserer
Elenco: Sandra Bullock, Trevante Rhodes, Jacki Weaver, Salazar Rosa, Danielle Macdonald, Lil Rel Howery, Tom Hollander, BD Wong, Sarah Paulson, Colson Baker e John Malkovich
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