007 - Operação Skyfall: o passado do personagem ganha significados
007 - Operação Skyfall: dirigido por Sam Mendes
UM THRILLER ÁGIL, COM UM JAMES BOND MAIS SÉRIO E MADURO
Depois de muita perseguição e troca de tiros no topo de um trem em movimento, o agente secreto entra numa escavadeira que está sendo transportada, vale-se dela para se agarrar ao vagão da frente e salta, com movimentos surpreendentes e improváveis. A cena, de tirar o fôlego, alcança seu pico de tensão. Então, quando pousa feroz e determinado diante dos passageiros atônitos, ele ajeita a manga do paletó e tenta recompor a estampa. Esse gesto sutil, quase imperceptível, nos traz de volta para a realidade: sim, estamos diante de James Bond, um personagem que a cada filme se renova e nos mostra uma faceta diferente. 007 – Operação Skyfall, filme de 2012 dirigido por Sam Mendes talvez seja o melhor episódio da franquia.A franquia já está em seu filme de número 25. 007 – Operação Skyfall é o 23º e segue a trilha de renovação iniciada com Casino Royale e 007 - Quantum of Solace. Mas não é uma sequência. Funciona de maneira independente, contando uma história que tem começo, meio e fim. O que temos aqui é o retorno do agente 007 (Daniel Craig) à sua Inglaterra, depois de algum tempo de autoexílio. Um ataque às instalações do MI-6, às vistas de todos os londrinos, é o motivo para que ele volte à ativa. Descobre que o autor é um ex-agente do próprio MI-6, o assustador e megalômano Raoul Silva (Javier Bardem), cuja obsessão é matar M (Judi Dench) para se vingar de traições passadas. Muita ação, momentos de glamour, rompantes de sensualidade e pitadas de humor sutil – ingredientes sempre presentes na franquia – continuam fazendo a alegria dos fãs, mas vejam só, nesse filme estão imersos em uma atmosfera mais sóbria e... madura.
Respiramos essa atmosfera graças à intervenção de Sam Mendes, um diretor que tem no currículo filmes como Beleza Americana, Estrada para Perdição e mais recentemente, 1917. Porém, em se tratando da franquia 007, as decisões narrativas nunca são tomadas de maneira simples. O longo caminho da produção começou com os roteiristas Neal Purvis e Robert Wade, que escreveram os quatro últimos filmes da franquia e assinaram os primeiros tratamentos de 007 – Operação Skyfall. Depois veio o roteirista John Logan, que já havia assinando os roteiros de A Invenção de Hugo Cabret e O Aviador e refinou a escrita, em colaboração com Jez Butterworth.
Sam Mendes entrou no projeto disposto a fazer o que sabe melhor: valorizar o espetáculo cinematográfico, mas percebeu que todo o imaginário popular em torno do agente 007 não passa de satélite, girando ao redor do personagem James Bond. Seu caráter, sua personalidade, seus valores e suas escolhas são a força gravitacional do filme. Em suas mãos, 007 – Operação Skyfall virou um thriller sério, que descreve o arco de transformações de um sujeito assombrado pelo passado.
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade e John Logan
Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Ola Rapace e Helen McCrory
Sam Mendes entrou no projeto disposto a fazer o que sabe melhor: valorizar o espetáculo cinematográfico, mas percebeu que todo o imaginário popular em torno do agente 007 não passa de satélite, girando ao redor do personagem James Bond. Seu caráter, sua personalidade, seus valores e suas escolhas são a força gravitacional do filme. Em suas mãos, 007 – Operação Skyfall virou um thriller sério, que descreve o arco de transformações de um sujeito assombrado pelo passado.
O diretor conseguiu isso apontando suas bússolas para as origens escocesas do personagem, criando assim a oportunidade para que personagens consagrados nos primórdios da franquia, como Q (Ben Whishaw) e Moneypenny (Naomie Harris), além de Gareth Mallory (Ralph Fiennes) entrassem em cena. Nos lembrou quem é, de fato, o personagem James Bond, o que ele esconde por trás das aparências, no que acredita, do que é capaz... Tudo isso é mostrando enquanto o agente segue reagindo implacável às pressões da trama.
O terceiro ato de 007 – Operação Skyfall é o mais dramático e sombrio já visto na franquia, mesmo assim agradou os fãs e aproximou o personagem de uma nova geração de admiradores. Até fez bonito no Óscar! Teve cinco indicações e levou duas estatuetas: melhor edição de som e melhor canção original, a ótima Skyfall de Adele em parceira com Paul Empworth.
O terceiro ato de 007 – Operação Skyfall é o mais dramático e sombrio já visto na franquia, mesmo assim agradou os fãs e aproximou o personagem de uma nova geração de admiradores. Até fez bonito no Óscar! Teve cinco indicações e levou duas estatuetas: melhor edição de som e melhor canção original, a ótima Skyfall de Adele em parceira com Paul Empworth.
Resenha crítica do filme 007- Operação Skyfall
Data de produção: 2012Direção: Sam Mendes
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade e John Logan
Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Ola Rapace e Helen McCrory
O melhor 007 de Craig
ResponderExcluirTudo funciona em harmonia
Tudo se encaixando no final com os personagens clássicos que estavam faltando
Um antagonista primoroso que foi reconhecido pelo mundo todo, Javier.
Craig evolui seu personagem, pois foi quando o adaptou para si e não como acontecia, se adaptava ao personagem (como faziam os anteriores, único com êxito foi Brosnan)
Espero que a despedida seja ao nível, porque o anterior foi repetitivo na fórmula sem nenhuma emoção dramática, somente ação banal no contexto saturado de sua construção em série. É preciso mudar e ou melhor, acrescentar algo, e nada de ir pela onda do identitarismo mundial, pondo agente negro, agente negra como 007 sendo um código de agente especial com licença para executar. Uma Marca e ícone mantém sua originalidade e sua essência, senão perde sua identidade e valor.
Concordo, Alexander, 007 é só um número, mas James Bond ganhou materialidade impossível de ser transmutada!
ExcluirFoi quando encaixado todos personagens tradicionais numa atualização necessária sem destruir sua essência. Aqui o ápice do desenvolvimento do ator em seu personagem. O resto, tanto quanto último, dispensáveis.
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