O Regresso: sobrevivendo para se vingar
O Regresso: filme dirigido por Alejandro G. Iñárritu
VINGANÇA NÃO É SENTIMENTO NOBRE, MAS VIROU O ÚNICO MOTIVO PARA SOBREVIVER
Com quais perigos um aventureiro explorador pode se deparar numa terra isolada e inóspita? Índios cruéis? Ursos ferozes? O frio inclemente? Para Hugh Glass o pior foi a perversidade daqueles que o deixaram para morrer. Já para seus inimigos, o pior mesmo foi a sede de vingança que provocaram naquele homem agarrado à teimosia, que já não tinha mais nada a perder. Essa história, contada no filme O Regresso, realizado em 2015 por Alejandro G. Iñárritu, aconteceu de verdade e foi narrada primeiro no romance homônimo escrito em 2002 por Michael Punke. Mas até que virasse filme, muita água límpida precisou correr pela paisagem gélida que serviram de locação.A sinopse de O Regresso é bastante simples: Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), é um caçador de ursos trabalhando para a Companhia de Peles Montanhas Rochosas. Em 1823 ele e seu filho Hawk (Forrest Goodluck) estão numa expedição difícil pelas terras geladas do norte dos Estados Unidos, quando o inesperado acontece: Glass é atacado por uma ursa e ferido mortalmente. Apesar dos apelos do filho, a expedição segue em frente, deixando John Fitzgerald (Tom Hardy) e Jim Bridger (Will Poulter) incumbidos de esperar e ajudar a dar um enterro digno para o moribundo. Mas quem disse que naquele território selvagem há espaço para gestos altruístas? Impotente, Hugh Glass vê seu filho ser assassinado e ele mesmo deixado numa vala para apodrecer. Incrivelmente ele sobrevive. E mais! Rasteja sobre centenas de quilômetros de terras congeladas, buscando por vingança!
A sequência mais incrível de O Regresso, que não me sai da cabeça, é aquela que expressa toda a ferocidade do... ser humano. Me refiro à sequência que nos coloca bem no meio da batalha entre índios e exploradores, logo no início do filme. A ferocidade da ursa digital – que por sinal só queria defender suas crias – foi de um realismo assombroso e um feito cinematográfico impressionante, mas a cena da batalha nos mostrou todo o virtuosismo narrativo de Alejandro Iñárritu. O diretor se esbaldou na grandiosidade dos planos e na precisão de uma coreografia detalhada.
A fotografia premiada com o Óscar, assinada por Emmanuel Lubezki, foi obtida a partir da iluminação natural e trouxe enorme personalidade à produção, mas não tinha apenas a função de ser bela. Sobre ela recaiu o maior peso narrativo do filme. O Regresso é uma obra lacônica, com pouquíssimas linhas de diálogo. Por isso, o roteiro que a gestou precisou ser muito descritivo e detalhado. Quem o assinou foi o roteirista Mark L. Smith – mais tarde ele escreveria os roteiros de Operação Overlord e O Céu da Meia-Noite.
O primeiro rascunho do roteiro foi escrito por Mark L. Smith em 2007. Depois desse, outros doze rascunhos vieram, modificados para se adaptar a diversos diretores e atores que tentaram realizar o filme. O roteirista inspirou-se no romance de Michael Punke, mas fez diversas mudanças, trazendo para a trama o filho de Hugh Glass e transformando a história numa busca por vingança. Quando Iñárritu finalmente assumiu o projeto, ambos trabalharam em estreita colaboração no tratamento final do roteiro.
As filmagens foram exaustivas e ocorreram aos tropeços, por causa de imprevistos. Inclusive tiveram que ser interrompidas, enquanto Iñárritu se dedicou a realizar o filme Birdman. Quando elas foram retomadas, o diretor voltou entusiasmado com a técnica dos planos-sequência que havia usado e tratou de aplicá-las. As dificuldades nos sets de filmagem continuaram roubando a maior parte da atenção dos críticos e cinéfilos, mas os realizadores seguiram intrépidos, ao que parece interessados em ganhar prêmios. E ganharam!
Pela sua atuação em O Regresso, Leonardo DiCaprio ganhou o Óscar de melhor ator e Alejandro G. Iñárritu o de melhor diretor. Mas o que ficou na minha memória foi a fotografia exuberante e também premiada de Emmanuel Lubezki, que na hora de contar essa história incrível acabou valendo por milhares de palavras.
A fotografia premiada com o Óscar, assinada por Emmanuel Lubezki, foi obtida a partir da iluminação natural e trouxe enorme personalidade à produção, mas não tinha apenas a função de ser bela. Sobre ela recaiu o maior peso narrativo do filme. O Regresso é uma obra lacônica, com pouquíssimas linhas de diálogo. Por isso, o roteiro que a gestou precisou ser muito descritivo e detalhado. Quem o assinou foi o roteirista Mark L. Smith – mais tarde ele escreveria os roteiros de Operação Overlord e O Céu da Meia-Noite.
O primeiro rascunho do roteiro foi escrito por Mark L. Smith em 2007. Depois desse, outros doze rascunhos vieram, modificados para se adaptar a diversos diretores e atores que tentaram realizar o filme. O roteirista inspirou-se no romance de Michael Punke, mas fez diversas mudanças, trazendo para a trama o filho de Hugh Glass e transformando a história numa busca por vingança. Quando Iñárritu finalmente assumiu o projeto, ambos trabalharam em estreita colaboração no tratamento final do roteiro.
As filmagens foram exaustivas e ocorreram aos tropeços, por causa de imprevistos. Inclusive tiveram que ser interrompidas, enquanto Iñárritu se dedicou a realizar o filme Birdman. Quando elas foram retomadas, o diretor voltou entusiasmado com a técnica dos planos-sequência que havia usado e tratou de aplicá-las. As dificuldades nos sets de filmagem continuaram roubando a maior parte da atenção dos críticos e cinéfilos, mas os realizadores seguiram intrépidos, ao que parece interessados em ganhar prêmios. E ganharam!
Pela sua atuação em O Regresso, Leonardo DiCaprio ganhou o Óscar de melhor ator e Alejandro G. Iñárritu o de melhor diretor. Mas o que ficou na minha memória foi a fotografia exuberante e também premiada de Emmanuel Lubezki, que na hora de contar essa história incrível acabou valendo por milhares de palavras.
Resenha crítica do filme O Regresso
Data de produção: 2015
Direção: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Mark L. Smith e Alejandro G. Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter, Paul Anderson, Lukas Haas, Brendan Fletcher, Kristoffer Joner, Brad Carter e Forrest Goodluck
Direção: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Mark L. Smith e Alejandro G. Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter, Paul Anderson, Lukas Haas, Brendan Fletcher, Kristoffer Joner, Brad Carter e Forrest Goodluck
Pelo visual e aprumo de filmar uma história bem simples mereceu ganhar oscares, mas penso que sua simplicidade é o defeito do filme.
ResponderExcluirConfesso que esperava mais, pois demorei um ano para enfim assisti lo na tela do notebook, com legenda e som original da maneira que gosto. Merecido Oscar a Dicaprio, que mostra o pior flagelo nesse drama não é a natureza implacável e sim, os homens com sua ganância ganhado muito mais da selvagem paisagem deslumbrante nos presenteada por essa produção bem trabalhada. Ficou com gosto de faltar mais alguma coisa, ao meu ver
O foco na vingança acabou eliminando outras camadas do personagem, dificultando alcançar densidade apenas com o discurso visual. Mas o esforço do diretor compensou e a atuação de Di Caprio compensaram.
ExcluirPelo visual e aprumo de filmar uma história bem simples mereceu ganhar oscares, mas penso que sua simplicidade é o defeito do filme.
ResponderExcluirConfesso que esperava mais, pois demorei um ano para enfim assisti lo na tela do notebook, com legenda e som original da maneira que gosto. Merecido Oscar a Dicaprio, que mostra o pior flagelo nesse drama não é a natureza implacável e sim, os homens com sua ganância ganhado muito mais da selvagem paisagem deslumbrante nos presenteada por essa produção bem trabalhada. Ficou com gosto de faltar mais alguma coisa, ao meu ver
Apreciei muito este trabalho do diretor A G Iñárritu. Desde já um de meus filmes favoritos. 🙂
ResponderExcluirAh, Antônio, o filme consegue prender nossa atenção do começo ao fim! É um filme envolvente.
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