Um Sonho Possível: enaltecendo os méritos individuais
Um Sonho Possível: filme dirigido por John Lee Hancock
Ano de produção: 2009
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock
Elenco Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw, Jae Head, Lily Collins e Kathy Bates
UMA HISTÓRIA EDIFICANTE
A mensagem principal do filme Um Sonho Possível, escrito e dirigido por John Lee Hancock em 2009, é sobre como os méritos e valores individuais podem vencer o determinismo pessimista que contamina a nossa sociedade. E essa é uma mensagem poderosa, que conquista o espectador logo de cara. Já nas primeiras cenas ele estabelece empatia com os personagens e, a partir daí, não quer se distrair com malabarismos narrativos ou exageros estilísticos. Quer apenas que o filme vá direto ao ponto.
Foi o que fizeram os realizadores, adotando a mais tradicional linguagem dos dramas hollywoodianos. Acertaram em cheio! Um Sonho Possível nos conta uma história edificante, que aconteceu de fato com personagens verdadeiros, endinheirados e famosos. Tem claras pretensões comerciais, mas tem também um enredo envolvente, com pitadas equilibradas de drama e humor e está repleto de cenas emocionantes.
Ao contrário do que parece à primeira vista, Um Sonho Possível não é um drama esportivo. O esporte – no caso o esquisito futebol dos americanos, que eles preferem jogar com as mãos – está presente o tempo todo, mas não demanda conhecimento de regras nem das dinâmicas das competições. O filme é sobre um garoto pobre, traumatizado, abandonado, carente e desesperançado, que cruza o caminho de uma mulher abastada, com forte espírito maternal, caridosa e desprendida de preconceitos, que decide adotá-lo e dar-lhe um futuro. O garoto encontra no esporte a motivação para seguir em frente e a mulher decide mover o mundo para apoiá-lo – e mover o mundo, dada a condição financeira da família que o adota, parece ser mais do que força de expressão!
Ao contrário do que parece à primeira vista, Um Sonho Possível não é um drama esportivo. O esporte – no caso o esquisito futebol dos americanos, que eles preferem jogar com as mãos – está presente o tempo todo, mas não demanda conhecimento de regras nem das dinâmicas das competições. O filme é sobre um garoto pobre, traumatizado, abandonado, carente e desesperançado, que cruza o caminho de uma mulher abastada, com forte espírito maternal, caridosa e desprendida de preconceitos, que decide adotá-lo e dar-lhe um futuro. O garoto encontra no esporte a motivação para seguir em frente e a mulher decide mover o mundo para apoiá-lo – e mover o mundo, dada a condição financeira da família que o adota, parece ser mais do que força de expressão!
Em Um Sonho Possível, o fato de o garoto ser negro e grandalhão é irrelevante, até o momento em que o preconceito racial da comunidade começa a incomodar. O fato de a família adotiva ser rica e influente também é irrelevante, até o momento em que os interesses econômicos começam a interferir. Além de focalizar esses pontos de conflito, o diretor costurou em seu roteiro outros elementos envolventes: os problemas da mãe verdadeira, viciada em crack e incapaz de demonstrar amor, o imperativo de alcançar desempenho escolar para ingressar no esporte e o aprendizado de convívio com a nova família.
O filme, baseado no livro de Michael Lewis intitulado The Blind Side: Evolution of a Game, conta a história real do jogador profissional de futebol americano Michael Oher, interpretado por Quinton Aaron. Leigh Anne Tuohy, sua mãe adotiva, é vivida por Sandra Bullock. A família, que mora em Memphis, no Tennessee, é proprietária de vários restaurantes da franquia Taco Bell e alcançou o sonho americano de sucesso material e bem-estar por meio do empreendedorismo.
Como na maioria dos dramas comerciais de Hollywood, em Um Sonho Possível os personagens são desenhados a partir de estereótipos e as situações dramatizadas a ponto de nos fazer duvidar se aconteceram realmente da forma apresentada. Mas ao mesmo tempo em que flerta com o artificialismo, o diretor consegue se manter objetivo, disparando diálogos rápidos e bem escritos. Com um ritmo agradável, uma trilha sonora emotiva e uma fotografia convencional, realizou um bom filme, que consegue emocionar o espectador ao focar no amor e no respeito que nasce entre seus personagens. Traz uma mensagem edificante, que enaltece a caridade, os princípios morais e os valores familiares. Destoa do triste cenário de tensões raciais que há muito caracteriza os Estados Unidos.
Além do futebol americano, em Um Sonho Possível nós brasileiros encontramos outros elementos que causam estranheza e dão a impressão de que a história é um tanto... irreal: a estreita ligação entre o futebol profissional e as instituições de ensino, a exigência de bom desempenho escolar para permitir a prática de esportes, a filantropia financiando outros setores e movimentando uma parcela expressiva do PIB nacional... Porém, esquisito mesmo é não termos nada disso no Brasil.
Para concluir, é preciso admitir: Sandra Bullock se destaca no elenco, pela maturidade com que construiu sua personagem e a temperou com doses exatas de carisma e personalidade forte. Seu papel em Um Sonho Possível rendeu a ela o Óscar de melhor atriz em 2010.
Resenha crítica do filme Um Sonho Possível
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock
Elenco Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw, Jae Head, Lily Collins e Kathy Bates
Ótimo filme! Valeu pela dica Fábio.
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