2001 - Uma Odisseia no Espaço: um monólito de sentinela
2001 Uma Odisseia no Espaço: filme dirigido por Stanley Kubrick
IMAGENS EXUBERANTES E UMA TRILHA SONORA MARCANTE
Digamos que você seja um cineasta ambicioso e perfeccionista, interessado em realizar um filme especulando sobre a existência de vida extraterrestre. Você não se contenta com clichês, nem está interessado em bater recordes de bilheteria. Tudo o que deseja é realizar o melhor e mais realista filme de ficção científica. O problema é que você não faz a menor ideia de como seria esse filme. Por onde você começaria? Aposto que a sua resposta foi: pediria ajuda ao melhor e mais visionário autor de ficção científica do mundo!
Foi exatamente isso que Stanley Kubrick fez em 1964, depois de terminar Doutor Fantástico. Para iniciar seu projeto ele procurou o famoso escritor Arthur C. Clark e propôs uma parceria. Os dois quebraram a cabeça, até que Kubrick encontrou a resposta num conto de Arthur C. Clark intitulado The Sentinel, onde ele narra a descoberta de um artefato milenar encontrado na Lua. Com formato de tetraedro muito polido, uma pirâmide com o dobro da altura de um homem, o objeto estava cercado por um campo de força circular. Ele só poderia ter sido deixado por alienígenas. O objeto transmite sinais para o espaço, que são interrompidos no momento em que detecta evidências de manipulação de energia atômica na Terra. Funcionando como uma sentinela, o tetraedro alerta seus criadores de que o planeta já estaria habitado por seres inteligentes.
Com um título provisório, Kubrick anunciou à imprensa em 1965 que começaria seu projeto e arregaçou as mangas. Ele e Arthur Clark trabalharam por dois anos, simultaneamente e em colaboração, na criação de dois produtos: um romance e um roteiro para o filme. Ambos foram batizados definitivamente como 2001 – Uma Odisseia no Espaço. O livro, creditado apenas a Arthur Clark, é descritivo, detalhado e objetivo em sua narrativa, valendo-se da precisão da linguagem verbal. O roteiro é uma peça de criação visual, concebido para seguir uma trilha mais enigmática e orgânica, sem dar maiores explicações ao espectador.
Foi exatamente isso que Stanley Kubrick fez em 1964, depois de terminar Doutor Fantástico. Para iniciar seu projeto ele procurou o famoso escritor Arthur C. Clark e propôs uma parceria. Os dois quebraram a cabeça, até que Kubrick encontrou a resposta num conto de Arthur C. Clark intitulado The Sentinel, onde ele narra a descoberta de um artefato milenar encontrado na Lua. Com formato de tetraedro muito polido, uma pirâmide com o dobro da altura de um homem, o objeto estava cercado por um campo de força circular. Ele só poderia ter sido deixado por alienígenas. O objeto transmite sinais para o espaço, que são interrompidos no momento em que detecta evidências de manipulação de energia atômica na Terra. Funcionando como uma sentinela, o tetraedro alerta seus criadores de que o planeta já estaria habitado por seres inteligentes.
Com um título provisório, Kubrick anunciou à imprensa em 1965 que começaria seu projeto e arregaçou as mangas. Ele e Arthur Clark trabalharam por dois anos, simultaneamente e em colaboração, na criação de dois produtos: um romance e um roteiro para o filme. Ambos foram batizados definitivamente como 2001 – Uma Odisseia no Espaço. O livro, creditado apenas a Arthur Clark, é descritivo, detalhado e objetivo em sua narrativa, valendo-se da precisão da linguagem verbal. O roteiro é uma peça de criação visual, concebido para seguir uma trilha mais enigmática e orgânica, sem dar maiores explicações ao espectador.
O filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço não abre concessões para o público. Ao contrário, demanda que o público se disponha a elevar-se para alcançá-lo. É resultado de exaustivos quatro anos de trabalho árduo, envolvendo criatividade, sensibilidade artística, capacidade de gerenciamento e disposição em alcançar o novo. Kubrick, como lhe era próprio, manteve controle absoluto sobre o processo de realização, à frente de uma equipe que contou com nomes consagrados, como Douglas Trumbull nos efeitos especiais, Ray Lovejoy na edição e Geoffrey Unsworth na fotografia.
Como peça visual, 2001 – Uma Odisseia no Espaço é irretocável. Nenhum filme antes dele recebeu tratamento gráfico tão minucioso e elaborado. Uma verdadeira pintura, diriam os mais entusiasmados. Mas Kubrick sabia que estava fazendo cinema, por isso foi além, concebeu uma trilha sonora arrebatadora para casar com suas imagens e gerar arrepios emocionados no espectador. O diretor havia encomendado a música para a Alex North, que compôs as trilhas de Doutor Fantástico e Spartacus, mas no processo de montagem, usou algumas peças clássicas como guia para a edição. O resultado agradou tanto que Kubrick preferiu deixá-las em definitivo – o pobre North só descobriu que sua música foi desprezada quando o filme estreou em 1968.
Foi assim que o poema sinfônico de Richard Strauss Also Sprach Zaratustra ganhou uma nova dimensão, espacial e futurista, enquanto que a valsa The Blue Danube composta por Johan Strauss II trouxe para a conquista espacial a lembrança de que ela é apenas mais um passo na odisseia cultural humana. E o mundo da ficção científica nunca mais conseguiu se desgarrar desse conceito criativo, copiado em diversos filmes.
O que temos aqui é um dos filmes mais emblemáticos já realizados. Uma obra que influenciou gerações de cineastas de todos os gêneros e trouxe para o grande público temas intrigantes, como o imperativo da tecnologia, a inevitabilidade da inteligência artificial e a possibilidade de vida extraterrestre. E levou um Óscar de melhores efeitos visuais – o que, cá entre nós, não influiu nem contribuiu!
Assim como Homero, que em sua odisseia se aventurou pelos mares desconhecidos da antiguidade, nós cinéfilos podemos nos esbaldar no universo em expansão que envolve 2001 – Uma Odisseia no Espaço, tamanha é a quantidade de informações disponíveis sobre ele na internet. A cada vez que clico nos buscadores encontro novas surpresas sobre o filme, que poderão render futuras crônicas.
Como peça visual, 2001 – Uma Odisseia no Espaço é irretocável. Nenhum filme antes dele recebeu tratamento gráfico tão minucioso e elaborado. Uma verdadeira pintura, diriam os mais entusiasmados. Mas Kubrick sabia que estava fazendo cinema, por isso foi além, concebeu uma trilha sonora arrebatadora para casar com suas imagens e gerar arrepios emocionados no espectador. O diretor havia encomendado a música para a Alex North, que compôs as trilhas de Doutor Fantástico e Spartacus, mas no processo de montagem, usou algumas peças clássicas como guia para a edição. O resultado agradou tanto que Kubrick preferiu deixá-las em definitivo – o pobre North só descobriu que sua música foi desprezada quando o filme estreou em 1968.
Foi assim que o poema sinfônico de Richard Strauss Also Sprach Zaratustra ganhou uma nova dimensão, espacial e futurista, enquanto que a valsa The Blue Danube composta por Johan Strauss II trouxe para a conquista espacial a lembrança de que ela é apenas mais um passo na odisseia cultural humana. E o mundo da ficção científica nunca mais conseguiu se desgarrar desse conceito criativo, copiado em diversos filmes.
O que temos aqui é um dos filmes mais emblemáticos já realizados. Uma obra que influenciou gerações de cineastas de todos os gêneros e trouxe para o grande público temas intrigantes, como o imperativo da tecnologia, a inevitabilidade da inteligência artificial e a possibilidade de vida extraterrestre. E levou um Óscar de melhores efeitos visuais – o que, cá entre nós, não influiu nem contribuiu!
Assim como Homero, que em sua odisseia se aventurou pelos mares desconhecidos da antiguidade, nós cinéfilos podemos nos esbaldar no universo em expansão que envolve 2001 – Uma Odisseia no Espaço, tamanha é a quantidade de informações disponíveis sobre ele na internet. A cada vez que clico nos buscadores encontro novas surpresas sobre o filme, que poderão render futuras crônicas.
Resenha crítica do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço
Ano de produção: 1968
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester e Douglas Rain
Roteiro: Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester e Douglas Rain
Interessante, muito boa resenha. Entendo o filme como semiótica pura. Tenho para mim uma interpretação muito pessoal e gostaria de conhecer outras linhas de interpretação.
ResponderExcluirObrigado! A complexidade do discurso audiovisual é tentadora para quem procura se deter nos símbolos e seus significados. Mas, como cinéfilo inveterado, também arranjo tempo para fruir a natureza artística da obra e sua construção narrativa. Aproveito para soltar a imaginação e me deixar levar pelos devaneios dos realizadores. Minha odisseia vai pelos mares do cinema!
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