Questão de Tempo: charme, leveza e ótimas reflexões
Questão de Tempo: direção de Richard Curtis
A BUSCA DA FELICIDADE EXIGE TEMPO E DEDICAÇÃO!
Nesta semana reparei num post exibido nas minhas redes sociais, que avisava sobre a exibição do filme Questão de Tempo, dirigido em 2013 por Richard Curtis, em um dos canais da TV por assinatura. Uma rápida consulta à sinopse me deixou interessado: um jovem capaz de viajar no tempo usa suas habilidades para voltar ao passado e conquistar a mulher amada. Percebi de imediato não se tratar de um filme de ficção científica, estava mais para uma comédia romântica – especialmente porque o nome do diretor está fortemente associado ao gênero. Richard Curtis, para quem ainda não atinou, é o roteirista e produtor que criou filmes de sucesso como Um Lugar Chamado Notting Hill, O Diário de Briget Jones, Quatro Casamentos e um Funeral e Yesterday, além de ter dirigido Simplesmente Amor. Trabalhou inclusive no roteiro do filme Cavalo de Guerra, dirigido por Steven Spielberg.Avisei Ludy, preparamos a pipoca e nos deliciamos com um filme leve, charmoso e por demais cativante. Questão de Tempo tem conteúdo de sobra para envolver. Nos apresenta a personagens bem construídos, explora seus relacionamentos com propriedade e está repleto de tiradas emocionais, ora para nos levar ao riso, ora para (quase) nos levar às lágrimas – os parênteses são por minha conta e talvez não se apliquem à minha mulher. O tema principal do filme? A busca pela felicidade! Vamos detalhar a sinopse:
Questão de tempo conta a história de Tim Lake (Domhnall Gleeson), um jovem inglês que vive com a família no condado de Cornwall, em uma bela residência à beira-mar. No dia em que completa 21 anos, seu pai, James (Bill Nighy), o convoca para uma conversa séria e revela um segredo incrível: todos os homens da família têm a habilidade de viajar no tempo, para reviver momentos que já viveram. Não podem voltar e... matar Hitler, por exemplo, mas podem consertar algumas coisas que fizeram. Fazer dinheiro? Conquistar poder? Conseguir fama? O pai prova que seus antepassados que tentaram isso, terminaram infelizes.
O filho então decide acatar a sugestão de buscar a felicidade e investir na vida amorosa. Para começar, tenta seduzir a bela Charlotte (Margot Robbie), amiga de sua irmã Kit Kat (Lydia Wilson), que se hospeda em sua casa no verão. Aprende com o insucesso e parte para Londres, onde mergulha de cabeça na vida adulta e vai trabalhar como advogado. É claro que Tim conhecerá uma bela garota, a americana Mary (Rachel McAdams), por quem se apaixonará. É claro que ele voltará diversas vezes no tempo para desfazer seus erros e ajeitar seu relacionamento. É claro também que o tempo seguirá insistente, feito uma flecha na direção do futuro, enquanto Tim persegue a felicidade ao lado de Mary. No trajeto ele fortalece os laços com a família, especialmente com o pai, James, com quem aprenderá as principais lições sobre a viagem no tempo.
Quem espera a mesma abordagem encontrada nos filmes de ficção científica, veio ao filme errado. Questão de tempo é uma comédia dramática, temperada com romantismo – mas não em doses exageradas. O motor da trama não é propriamente a viagem no tempo, mas o desejo legítimo do protagonista de examinar seus erros e descartá-los, para assumir novas atitudes transformadoras. E ele faz isso com leveza e maturidade, ao aceitar aquilo que não consegue mudar. Suas voltas ao passado são quase metafóricas e funcionam – com brilhantismo, diga-se – mais como um recurso narrativo, que traz agilidade e envolvimento. Se preferir, o espectador pode até pensar nas tais idas e vindas no tempo como um devaneio do protagonista.
O roteiro de Richard Curtis é ágil e segue orgânico, sem confundir o espectador no labirinto temporal. Há espaço para as trapalhadas românticas e também para que os personagens revelem seus melhores atributos e qualidades – sobram charme, espontaneidade e sinceridade em todas as cenas. O diretor também dedica um tempo considerável para explorar as nuances do relacionamento entre pai e filho, que rende os principais picos emocionais da trama.
Em Questão de Tempo, as linhas de diálogo são escritas com muita competência. Esbanjam naturalidade e eloquência – aliás, como era de se esperar em um filme de Richard Curtis! E o diretor acertou em cheio nos atores que escolheu para interpretar as falas escritas com tanto capricho. Rachel McAdams e Domhnall Gleeson irradiam verossimilhança e compõem seus personagens com habilidade. É notável como suas estampas convencem, tanto na juventude como na vida adulta.
Furos no roteiro? Confusões ao lidar com os desdobramentos da viagem no tempo? Excesso de sentimentalismo? Ludy e eu não nos incomodamos com nada disso. Apenas nos deliciamos com um filme leve, charmoso e por demais cativante. Ah, já havia escrito essa frase lá no começo? Bem... É que não resisti em visitar o passado!
Título em Portugal: Dá Tempo ao Tempo
Ano de Produção: 2013
Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis
Elenco: Domhnall Gleeson, Rachel McAdams, Bill Nighy, Tom Hollander, Lindsay Duncan, Margot Robbie, Lydia Wilson, Richard Cordery, Joshua McGuire, Tom Hughes, Vanessa Kirby, Will Merrick, Lisa Eichhorn, Clemmie Dugdale, Harry Hadden-Paton, Mitchell Mullen e Jenny Rainsford
Quem espera a mesma abordagem encontrada nos filmes de ficção científica, veio ao filme errado. Questão de tempo é uma comédia dramática, temperada com romantismo – mas não em doses exageradas. O motor da trama não é propriamente a viagem no tempo, mas o desejo legítimo do protagonista de examinar seus erros e descartá-los, para assumir novas atitudes transformadoras. E ele faz isso com leveza e maturidade, ao aceitar aquilo que não consegue mudar. Suas voltas ao passado são quase metafóricas e funcionam – com brilhantismo, diga-se – mais como um recurso narrativo, que traz agilidade e envolvimento. Se preferir, o espectador pode até pensar nas tais idas e vindas no tempo como um devaneio do protagonista.
O roteiro de Richard Curtis é ágil e segue orgânico, sem confundir o espectador no labirinto temporal. Há espaço para as trapalhadas românticas e também para que os personagens revelem seus melhores atributos e qualidades – sobram charme, espontaneidade e sinceridade em todas as cenas. O diretor também dedica um tempo considerável para explorar as nuances do relacionamento entre pai e filho, que rende os principais picos emocionais da trama.
Em Questão de Tempo, as linhas de diálogo são escritas com muita competência. Esbanjam naturalidade e eloquência – aliás, como era de se esperar em um filme de Richard Curtis! E o diretor acertou em cheio nos atores que escolheu para interpretar as falas escritas com tanto capricho. Rachel McAdams e Domhnall Gleeson irradiam verossimilhança e compõem seus personagens com habilidade. É notável como suas estampas convencem, tanto na juventude como na vida adulta.
Furos no roteiro? Confusões ao lidar com os desdobramentos da viagem no tempo? Excesso de sentimentalismo? Ludy e eu não nos incomodamos com nada disso. Apenas nos deliciamos com um filme leve, charmoso e por demais cativante. Ah, já havia escrito essa frase lá no começo? Bem... É que não resisti em visitar o passado!
Resenha crítica do filme Questão de Tempo
Título original: About TimeTítulo em Portugal: Dá Tempo ao Tempo
Ano de Produção: 2013
Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis
Elenco: Domhnall Gleeson, Rachel McAdams, Bill Nighy, Tom Hollander, Lindsay Duncan, Margot Robbie, Lydia Wilson, Richard Cordery, Joshua McGuire, Tom Hughes, Vanessa Kirby, Will Merrick, Lisa Eichhorn, Clemmie Dugdale, Harry Hadden-Paton, Mitchell Mullen e Jenny Rainsford
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