Minha opinião sobre... a liberação da maconha!


É SÓ MAIS UM INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL

Sou contra as drogas. Quando faço tal afirmação, sei que vai aparecer algum provocador e perguntar:
        – As lícitas ou as ilícitas?
        Esse tipo quer deixar implícita a noção de que álcool e tabaco também são drogas, mas a sociedade hipócrita as aceita porque “há todo um aparato capitalista que se beneficia da sua comercialização”. Com a perguntinha retórica, o sujeito também tenta colocar a maconha no mesmo patamar de periculosidade e abre um sorriso no canto da boca, acreditando ter encontrado o argumento definitivo pela descriminalização do seu uso recreativo.
        Antes de enveredar pelas ruelas dessa discussão, gosto de deixar claro o porquê da minha recusa em consumir drogas – todas as drogas! Elas alteram meu estado de consciência, tiram de mim o controle da minha criatividade e matam a minha individualidade, na medida em provocam as mesmas reações neuroquímicas que borbulham no cérebro de qualquer outro que também as consome. E ainda por cima roubam a minha liberdade, enquanto agem com o único propósito de me escravizar pelo vício. Drogas são arapucas para capturar os distraídos.
        É claro que sou consumidor de bebidas alcoólicas, hoje em dia sem o mesmo ímpeto da juventude e com a preferência pela degustação de vinhos, sempre cuidando para não perder o controle. Fui viciado em tabaco desde os 18 anos, mas parei de fumar aos 50, depois de empreender um esforço homérico. Foi minha melhor e mais proveitosa escolha! Experiências lisérgicas? Jamais ousei! Marijuana? Pouquíssimos os da minha geração que passaram incólumes por perto dela. Por sorte compreendi o seu alcance funesto e formei desde cedo as opiniões que expus no parágrafo anterior.
        Não, a maconha não é inofensiva. É viciante, danosa à saúde e tem potencial de sobra para causar distúrbios mentais. E ainda por cima funciona como uma chave para abrir as portas da permissividade, deixando entrar o impulso ao consumo de drogas mais pesadas, enquanto mantém do lado de fora os freios morais e limites éticos. É inegável que há ligações perigosas entre a maconha e o mundo do crime – aquele que de fato detém o monopólio da sua comercialização.
        Porém, depois de tudo isso, continuo firme na minha posição: não defendo a proibição das drogas! Ao contrário, acho que o estado não deveria intervir nesse mercado – como, aliás, jamais deveria intervir em mercado algum. Quem quiser consumir maconha, que o faça, por sua conta e risco. Pessoas adultas e capazes não devem ser tuteladas. Que façam suas escolhas. Bebam as doses que quiserem. Fumem os baseados que lhes convém. Andem sobre o trilho do trem, pé ante pé, de braços abertos, confiantes de que haverão de escapar, se e quando for o caso.
        O problema é que o estado vem interferindo nesse mercado há décadas e tudo o que conseguiu foi estabelecer um aparato dispendioso, mais empenhado em autopreservação do que em resolver o problema para o qual foi criado. Criminosos sem escrúpulos, displicentes com a qualidade dos produtos que entregam, abastecem um mar de consumidores anestesiados, displicentes quanto à quantidade de dinheiro que gastam para alimentar esse monstro cada vez mais gigantesco.
        Enquanto isso, os agentes do estado se alimentam no pote da sociedade, que paga para matar o monstro. Também comem no pote dos consumidores, que pagam para fazer de conta que não há monstro. E ainda por cima se fartam no pote dos criminosos, que pagam para fazer vistas grossas e deixar o monstro em paz. Os agentes do estado estão empanturrados de verba! Estão obesos de ineficiência. Vomitam hipocrisia.
        Então, como se não fosse o bastante, vem a nossa suprema corte – usurpando os poderes que os eleitores conferiram apenas aos legisladores – e promulga, num gesto ditatorial, a descriminalização do porte de maconha. Por certo, o único objetivo desses togados enxeridos é aumentar a ração no pote que abastece os consumidores. Tudo o que desejam é despejar mais dinheiro para alimentar o mercado de drogas. Não diminuem o aparato estatal, não atacam a estrutura financeira do tráfico e não atuam para tirar dos criminosos o monopólio da comercialização – que os bandidos, por sinal, exercem com o uso de muita violência. Mas os ministros fazem o seu melhor para manter felizes e anestesiados os usuários de drogas. Uma mera corte constitucional jamais deveria deter tamanho poder!
        A atual composição do STF é podre, perversa e nefasta. Praticando a mais óbvia das militâncias totalitárias, só faz ampliar a capacidade do estado em manter o controle social da população. Tenta garantir que a nossa gente, não tão brava, porque está ocupada demais prendendo a respiração, sustente o sorriso abestalhado de quem não entendeu coisa alguma. Aqueles que acenderam um baseado em comemoração, saibam que não os condeno. São livres para viver como quiserem. Mas respeitem as liberdades de todos os demais, que lutam para defender seus valores, crenças e propriedades. Nossa saída é criar redes de proteção às nossas crianças e jovens, que agora, com essa decisão absurda, ficaram ainda mais vulneráveis.

Comentários

  1. Seu texto e posicionamento são perfeitos e apoio e concordo com ele inteirinho. Mais brasileiros deveriam se pronunciar a respeito pra proteger nossas crianças e nisso futuro

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    Respostas
    1. Sim, creio que a principal discussão não é permitir ou proibir o consumo, mas como criar meios de defesa e proteção dos nossos filhos e netos. O estado usa a parcela dos nossos salários - que recolhe a título de impostos - de modo errado. Não nos beneficia. Pagamos caro e só conseguimos alimentar o monstruoso mercado de drogas. Esse dinheiro seria melhor empregado nas mãos de pais e mães engajados em promover ações comunitárias, educativas, culturais e religiosas, que amparassem aqueles interessados em deixar as drogas e ajudassem os despreparados a não cair nessa arapuca.

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