O Troco: thriller catártico e divertido

O Troco: direção de Brian Helgeland SÓ NOS RESTA TORCER PELO ANTI-HERÓI Jamais assisti a O Troco numa sala de cinema. Dirigido em 1999 por Brian Helgeland, o filme não despertou meu interesse na época. Imaginei que contasse uma daquelas histórias rasas de vingança. Tempos depois, tropecei com o título na grade de programação da TV por assinatura e constatei que é isso mesmo. Mas o longa irradia tanto charme que se torna divertido e envolvente. Adorei! Claro que o vingativo protagonista não tem a profundidade de um Hamlet, que vê seu mundo corroído por causa do seu desejo de vingança, o qual cultiva com afinco. Porém, tem o carisma de um Mel Gibson implacável, determinado a recuperar o que lhe roubaram. Se citei Hamlet , foi apenas para lembrar que histórias de vingança não são necessariamente rasas. Para além da explosão emocional, os autores sempre encontram densidade para alicerçar o desejo de desforra: a necessidade de obter reparação pelos da...